Para os companheiros do
MST presos
As vastas terras seguem
inférteis.
O planeta segue impassível
sua jornada
Rodando entorno do corpo
em chamas do sol,
boiando ele mesmo sem
terra no vasto nada.
As vastas terras seguem
inférteis.
Pelo carinho das mãos
abandonadas,
seguem famintas das
sementes
sem os beijos e abraços
das enxadas.
As vastas terras seguem
inférteis
e a sede dos frutos segue
calada.
As bocas famintas guardam
seu canto
nos lábios secos das bocas
fechadas.
As vastas terras seguem inférteis,
mas meus companheiros
estão nas estradas
sob as lonas se aquecem
com seus cantos
de canto em canto em
caminhada.
As vastas terras seguem
inférteis
mas fértil renasce o dia
em cada alvorada.
Em cada manhã por sonhos
ocupada
em cada pedaço de terra
com cercas derrubadas.
Para que as terras sigam
inférteis
a vida é a cada dia
assassinada
e as prisões abrem suas
bocas
para engolir meus
camaradas.
As vastas terras não
seguirão inférteis
companheiros presos em
celas fechadas
serão nossas sementes
aguardando a colheita
quando colhermos os frutos
da luta plantada.
Mauro Luis Iasi -
Metamofases
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